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Hoje é dia de greve na função pública
Nacional
Publicado em 25/10/2024

Hoje é dia de greve na Função Pública: escolas, hospitais, Segurança Social e finanças vão sentir “impacto relevante”. Milhares de pessoas protestam em Lisboa.

 

A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública vai realizar, esta sexta-feira, uma Manifestação Nacional em Lisboa.

Em comunicado, o organismo informou que “foram emitidos avisos prévios de greve que, para além de permitirem a deslocação dos trabalhadores à manifestação, terão impacto relevante em diversos serviços públicos de todo o país”, sendo que está prevista a saída de autocarros de diversos pontos do país.

O protesto tem início esta sexta-feira às 15 horas, na Praça do Marquês de Pombal, seguindo depois para a Assembleia da República.

Segundo Sebastião Santana, “vamos ter milhares de trabalhadores em Lisboa”, acrescentando que espera uma elevada adesão de “diversos setores” do Estado: segundo afirmou o coordenador da Frente Comum, os setores mais afetados deverão ser a educação, a saúde e os serviços de atendimento ao público, nomeadamente os “serviços da Segurança Social e das finanças”, precisou.

Contactado pela ‘Executive Digest’, Orlando Gonçalves, membro do secretariado da Frente Comum e coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte, revelou que da região do Grande Porto vão sair, pelo menos, cinco autocarros para Lisboa. “E poderiam ser mais, mas temos recebido chamadas de pessoas com receio dos tumultos na Grande Lisboa, sentem um pouco de receio”, referiu o responsável, sublinhando que de Coimbra deverão sair uma mão-cheia de autocarros rumo à capital.

Questionado sobre quais os setores onde se esperam maiores perturbações esta sexta-feira, o sindicalista apontou “a saúde e educação, em que os trabalhadores estão mais predispostos para a luta, embora seja muito mais fácil mobilizar para a greve do que ir a Lisboa”.

“O que motiva estes trabalhadores? Na Administração Pública, central e local, há 749 mil trabalhadores. Destes, 169 mil são assistentes operacionais, a maioria na educação e saúde, dos quais 165 mil ganham o salário mínimo nacional. OU seja, 22% do total dos trabalhadores da Administração Pública recebem o ordenado mínimo, muitos dos quais há mais de 20 anos a trabalhar”, indicou Orlando Gonçalves, salientando que “com salários de menos de mil euros estão 34% dos trabalhadores da Administração Pública”. “Não chega para uma vida minimamente digna”, lamentou.

A STAL – Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional – indicou, em exclusivo à ‘Executive Digest’, que “a mobilização está a correr bem”.

“Temos milhares de trabalhadores inscritos em autocarros, temos estado a fazer plenários por todo o país, em muitos muitos locais de trabalho. Hão-de vir outros tantos milhares pelos próprios meios para a manifestação, de vários distritos, especialmente de Setúbal”, precisou a presidente sindical, Cristina Torres.

“Contamos com milhares de trabalhadores na rua, de parte do nosso sindicato”, garantiu.

 

Sobre os efeitos da greve, frisou, estes farão sentir-se “certamente em muitos serviços onde estão trabalhadores operacionais”. “Sabemos que nas escolas são esperados efeitos, certamente, em regra é uma área que tem muita adesão. Mas também outros setores operacionais, serviços de resíduos afetados, duvido que haja paralisação de serviços. Também os setores administrativos, bibliotecas municipais, museus, são outros exemplos que poderão sentir efeitos”, relatou, salientando que “embora o objetivo não seja esse (de paralisar) é a deslocação para a manifestação em Lisboa”.

 

Fonte: Executive Digest

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