Manifestantes "bolsonaristas" invadem Congresso Nacional do Brasil
Postado 09/01/2023 09H18

Um grupo de manifestantes pro-Bolsonaro furou o bloqueio do Congresso Nacional do Brasil, em Brasília, e invadiu a Esplanada dos Ministérios. As autoridades tentaram dispersar a multidão lançando gás lacrimogéneo.
A invasão começou depois de os apoiantes radicais do líder da extrema-direita derrotado nas eleições terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Apesar de a polícia federal ter colocado barreiras de proteção, os pro-Bolsonaro avançaram e furaram o cerco policial.
Os manifestantes arrancaram grades para entrar na Praça dos Três Poderes enquanto os agentes tentavam contê-los com spray de pimenta.
À CNN Brasil, o senador Veneziano Vital do Rêgo, presidente interino do Senado, confirmou que os manifestantes conseguiram invadir o edifício do Congresso. Segundo o senador, os manifestantes chegaram ao Salão Verde da Câmara dos Deputados e há um grupo tentar invadir o Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo.
As forças de autoridade tentaram conter os bolsonaristas com uso de gás lacrimogéneo, embora este tenham conseguido passar a área de contenção que cercava o Congresso Nacional. Segundo a imprensa brasileira, Lula da Silva não se encontra no Planalto nem em Brasília.
O presidente eleito, que os manifestantes não reconhecem como novo chefe de Estado do Brasil, está atualmente em Araraquara, no interior do Estado de São Paulo, onde foi para avaliar o impacto das cheias dos últimos dias na região.
De acordo com a imprensa internacional, são centenas os apoiantes do ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que invadiram a sede do Congresso Nacional numa manifestação em que pedem uma intervenção militar para derrubar o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O grupo, que defende teses golpistas, ultrapassou uma barreira policial e subiu a rampa que dá acesso à cobertura dos prédios da Câmara dos Deputados e do Senado.
Manifestantes "devem sofrer o rigor da lei com urgência"
O presidente do Senado brasileiro, Rodrigo Pacheco, repudiou, entretanto, a invasão da sede do Congresso Nacional, defendendo que "devem sofrer o rigor da lei com urgência".
"Na ação, estão empenhadas as forças de segurança do Distrito Federal, além da Polícia Legislativa do Congresso. Repudio veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência", lê-se numa mensagem divulgada nas redes sociais.
"Conversei há pouco, por telefone, com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, com quem venho mantendo contacto permanente. O governador informou-me que está concentrando os esforços de todo o aparato policial no sentido de controlar a situação", acrescentou o político brasileiro na mensagem difundida nas redes sociais.
"Na ação, estão empenhadas as forças de segurança do Distrito Federal, além da Polícia Legislativa do Congresso. Repudio veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência", lê-se numa mensagem divulgada nas redes sociais.
"Conversei há pouco, por telefone, com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, com quem venho mantendo contacto permanente. O governador informou-me que está concentrando os esforços de todo o aparato policial no sentido de controlar a situação", acrescentou o político brasileiro na mensagem difundida nas redes sociais.
Recorde-se que há centenas de militantes radicais fiéis de Bolsonaro acampados em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, desde o dia seguinte às eleições de 30 de outubro, nas quais Lula derrotou Bolsonaro.
Flávio Dino, o atual ministro da Justiça brasileiro, garante que está a acompanhar a situação no Ministério e que está em contacto com o governador de Brasília (Distrito Federal, responsável pela resposta policial).
“Essa absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer”, garante Dino, que diz que “haverá reforços”.
“Essa absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer”, garante Dino, que diz que “haverá reforços”.
Já no sábado, o ministro da Justiça do Brasil, Flávio Dino, emitiu um comunicado informando que convocou forças nacionais para tentar travar o avanço de manifestantes pro-Bolsonaro que tentavam invadir o Congresso. Através das redes sociais, Dino referiu “ameaças veiculadas contra a democracia” brasileira.
A invasão no Congresso brasileiro compara com um ato semelhante ocorrido nos Estados Unidos por extremistas que apoiavam então o ex-Presidente Donald Trump, derrotado nas urnas, antes da posse do atual chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, em 6 de janeiro de 2021.
Fonte: RTP
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